domingo, 17 de dezembro de 2006

O que é o Tribunal do Ritz

Caros companheiros do dia do Senhor: Aproxima-se rapidamente, qual Talbot em quarta a rasgar, mais uma sessão do Tribunal. Creio que desde o início da minha rebelde adolescência não ansiava tanto por um final de Domingo como nos tempos hodiernos. A verdade é que sempre fui um apaixonado do desporto-rei, e não raros foram os Domingos em que a D. Cecília Carmo, o Miguel Prates, o Rui Tovar, o Gabriel Alves ou o Ribeiro Cristóvão me faziam esquecer que daí a poucas horas se iniciava mais uma dura semana de aulas. Eram frequentes as tardes agarradas à telefonia ou (muito raramente) à TV. E após os 90 minutos mais felizes da semana, havia sempre muito mais para ver. Os tempos mudaram, e esse tal de Domingo Desportivo deixou de ter a importância que lhe dávamos há mais de uma década. A principal razão, a meu ver, foi o surgimento de um canal que transformou esses inesquecíveis 90 minutos em dezenas de horas de futebol todos os fins-de-semana. Ora, se até às últimas horas dominicais damos os 25 euros por bem gastos, a verdade é que a partir das onze da noite só conseguimos pensar na semana de trabalho que se avizinha, o que torna o Domingo um dia estúpido ( e parvo) por nos provocar sentimentos tão antitéticos. Todavia, e quando já nada o fazia prever, o Senhor Juíz Presidente, o Mestre Quinito, e os "Xôs" Ntzunda, Botende, Mogrovejo, Mapuata, Bertolazzi, Mimicoli, Madjer, Karoglan, e aquele rapaz que defende castigos máximos como ninguém substituíram aquelas figuras que, mais do que qualquer amigo imaginário, fizeram parte da nossa infância, e fizeram esquecer a semana de labuta que se avizinha, tornando as últimas horas dominicais nas mais apetecíveis da semana e devolvendo por completo ao Domingo o estatuto que lhe cabe. A ELES, O MEU SINCERO OBRIGADO. NOTA: Este texto, sem tirar o mérito e não pondo em causa a dedicação de ninguém, vale sobretudo para os membros que, devido a compromissos desportivos ou profissionais, tudo fazem para, após (ou pré, no caso do Xô Mapuata) um dia cansativo marcarem presença no Tribunal. E permitam-me dar como exemplo aquele Senhor que veio propositadamente da Suiça para estar presente em mais uma sessão. Isso sim, na minha óptica, merece um voto de louvor.

1 comentário:

ntzunda disse...

brilhante caro dinis!
ta tudo dito. é esse o sentimento que nos invade.