quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Justiça e Coerência...

Após devidamente avaliada a extensão da lesão contraída por Miguel - adoro estas frases feitas - entendeu o Departamento Médico da Selecção Portuguesa dispensar o mesmo atleta optando pela sua não integração na preparação para os aprontos decisivos que se seguem. Para sua substituição foi convocado Abel, lateral direito do Sporting, decisão que aplaudo efusivamente por duas razões. A primeira porque é a justa recompensa de uma ascensão meticulosa de um jogador que foi subindo a pulso contrariando os mais cépticos por todos os clubes por onde passou. Actualmente é um lateral com uma propensão ofensiva fantástica, um nível de concentração fortíssimo e que - a meu ver - com mais alguma agressividade defensiva, se pode tornar num grande jogador. Em segundo lugar aplaudo porque houve critério e coerência na escolha, algo que tantas vezes tem faltado nas escolhas de Scolari. Quem está bem joga! Este tem de ser o lema da selecção, diga-se, tanto esta como qualquer outra. A selecção dos melhores agora, no momento e não dos que foram melhores ou dos que fazem parte de um grupo restrito - que o embusteiro designava por família - mas que presentemente não existem em termos futebolísticos. A selecção deve ser o momento, não apenas para motivar todos os jogadores eventualmente convocáveis a ambicionarem uma convocação, mas também para mostrar aos que são habitualmente convocados que se não derem ao chinelo não há hino para ninguém. Relembro que a squadra azzurra não repetiu um onze até ao Mundial. Boa sorte Abel, boa sorte Makukula, boa sorte Miguel Veloso e boa sorte a todos os que cheguem à selecção com mérito. Já agora boa sorte Portugal, o tribunal, por razões obvias está contigo...Um abraço.

3 comentários:

Botende disse...

Concordo consigo, meu caro Mogrovejo, quando diz tratar-se de uma "justa recompensa de uma ascensão meticulosa de um jogador que foi subindo a pulso contrariando os mais cépticos por todos os clubes por onde passou". Todavia, baseando-me em mais uma expressão/observação sua - a ausência de agressividade que Abel apresenta - e na dificuldade que tem em posicionar-se junto dos centrais sempre que a jogada que se desenrola assim obriga, nunca fizeram dele uma opção primordial para a selecção das quinas.
Abraço

Botende disse...

Concordo consigo, meu caro Mogrovejo, quando diz tratar-se de uma "justa recompensa de uma ascensão meticulosa de um jogador que foi subindo a pulso contrariando os mais cépticos por todos os clubes por onde passou". Todavia, baseando-me em mais uma expressão/observação sua - a ausência de agressividade que Abel apresenta - e na dificuldade que tem em posicionar-se junto dos centrais sempre que a jogada que se desenrola assim obriga, nunca fizeram dele uma opção primordial para a selecção das quinas.
Abraço

QUINITO disse...

Mogrovejo tem razão, Botende tem razão. Aqui está mais um dos casos em que dois juízes inteligentes e sábios parecem contradizer-se. Mas...talvez não. Ortega Y Gasset, filósofo espanhol, disse um dia que "Eu sou eu mais a minha circusntância." Ou seja, e apesar dos defeitos, que são alguns, do agora seleccionado Abel, a verdade é que ele estava no topo da lista. A circunstância fez o resto. E isto também é futebol! Abraço.