Meyteus, ou Matong

Ele há coisas do arco da velha. Não fez ainda um ano que se discutia o célebre caso Mateus, que viria a culminar com a relegação do Gil para a agora denominada Liga Vitalis, e já temos um outro caso: o Meyong. Engraçado é o facto de o grande beneficiado com a polémica decisão passada, Os Belenenses, ter cometido o mesmo erro que o Gil Vicente cometera há duas épocas, sendo, por essa razão, a atitude d'Os Belenenses bem mais censurável. Talvez por isso se compreenda, em certa medida, a reacção da massa adepta contra Carlos Janelas, visto como o grande responsável da imensa "borrada", que levará, salvo incompreensível escândalo, à perda de seis pontos por parte dos azuis do restelo. É preciso andar a comer muito sono para deixar passar uma situação destas. Além disso, ninguém me tira da ideia que o facto de ambos os casos envolverem o clube da Cruz de Cristo está intimamente ligado àquele dito popular: Deus não dorme! Entretanto, e reportando-se ao mesmo caso, Gilburro Madaíl sacudiu a água do capote das federações e atirou as culpas para o agente do jogador: "A FPF ou a federação espanhola não têm um super-sistema de vigilância tremendo para fiscalizar os minutos jogados em qualquer parte do Mundo", disse o presidente da federação. Independentemente de saber de quem é a culpa, e a meu ver parece-me que se poderá reparti-la entre todos os intervenientes, incluindo o jogador,o mais grave é o descuido com que se tratam estas situações. Saber se o Meyong jogou ou não 12 minutos pode não ser da competência de muita gente, mas - e repito - com o que se passou há menos de um ano com o Mateus, é incompreensível que não se investigue a utilização de um jogador que já esteve inscrito em dois clubes na mesma época. Cada vez são menos aqueles que assumem os próprios erros, como fez Manuel Silva, atleta português presente nos jogos olímpicos de Atenas. Este atleta, que em primeira mão culpou o comité olímpico pela fraca prestação, alegando que chegara a treinar com sapatilhas rotas, acabou por deixar o portuguesismo de lado , fazendo prevalecer a sua humildade. Assim, ao ser entrevistado por um jornalista que lhe perguntou "Faz então um discurso de mea culpa? ", respondeu brilhantemente, e com toda a humildade do Mundo: "Não Não... faço um discurso de culpa total!" - É assim mesmo Manel!