quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Simplicidade...

Pegando nas palavras do Xô Ntzunda, proponho-me a fazer uma breve reflexão sobre os problemas que assolam algumas das grandes equipas da Liga Sagres. O xô Trap foi realmente campeão num ano pobre de futebol, mas o mérito dele é enorme. Não só porque o Benfas não ganhava um campeonato há 11 anos mas principalmente porque a velha raposa percebeu demasiado cedo o segredo que estaria na origem do sucesso, a simplicidade. Trap colocou 11 jogadores nos seus devidos lugares, com substituições mais ou menos repetitivas, motivou-os, tranquilizou-os, foi ganhando e no final, de mansinho, era campeão. Isto para elucidar, que o futebol, ao contrário do que muitos querem fazer crer, é simples. Ou melhor, não é preciso complicar para se ser um grande treinador. Jesualdo coloca três medios defensivos no meio campo, Paulo Bento coloca trincos como médios interiores e médios ofensivos a fazer de extremos em ataque continuado. Jesualdo coloca Lucho a fazer de 10, Bento coloca Postiga a fechar no lateral quando perdem a posse de bola. Ora, como em qualquer jogo de peças, quando estas estão fora do lugar, muito difícil se torna a interpretação do jogo, quanto mais a aplicação prática. Eu não posso pedir a um cardiologista para me fazer uma cirurgia a um pé! Ele pode fazê-lo porque é profissional, mas nunca fará o mesmo trabalho que um ortopedista. Da mesma forma, três trincos, num sistema de 4-3-3 jamais farão o lugar de um pêndulo, de um box-to-box e de um homem de último passe com chegada na área. No mesmo sentido, um médio de transição não pode fazer movimentos de rotura constantes para ir à linha cruzar e ainda voltar para o seu posto quando em processo defensivo. Por tudo isto Trap ficará na história como o homem simples capaz de grandes feitos. Porque acima de tudo, não inventa. Faz do futebol aquilo que ele é, simples. Um abraço.

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