segunda-feira, 9 de março de 2009

Corrupção

Não sou daqueles que acreditam que o sistema judicial português tem uma vertente persecutória contra Pinto da Costa. E acredito que a minha crença não seria diferente se fosse portista. Também não acredito que Porto e Boavista sejam os únicos que tentaram corromper a verdade desportiva nos últimos anos. Acho simplesmente que se há matéria para investigar, que se investigue, se há indícios para acusar, que se acuse, se há prova para condenar, então que se condene! Não há fumo sem fogo, e é preciso ser demasiado fanático para acreditar que Porto ou Boavista nunca tentaram corromper ninguém e que estamos a assistir a uma caça das bruxas contra gente honesta. Mas dentro da (tentativa de) corrupção, o que mais me incomoda nem é a prática dos dirigentes dos clubes, que querem vencer a todo o custo. Assusta-me muito mais que exista um sistema onde aqueles que deveriam ser imparciais compactuem, permitam, não denunciem e ganhem com esta prática. Quando li as declarações que o Sr. Juíz Conselheiro António Mortágua proferiu em Tribunal na qualidade de testemunha de Pinto da Costa, fiquei perplexo. Disse o antigo juiz do STJ que a quantia (2.500 euros) que Carolina Salgado diz ter visto entregar ao árbitro Augusto Duarte era ridícula, dando como exemplo um Feirense-Beira-Mar, revelando que um árbitro (não disse o nome) que acabou por não dirigir o jogo, terá recebido 1.500 contos de cada equipa. Afirmou ainda que teve conhecimento de corrupção na arbitragem. Ora, para quem não sabe, um juiz tem um dever ético e legal de denunciar os eventuais ilícitos criminais de que se apercebam. António Mortágua, portista e amigo do líder do FC Porto há 12 anos, exerceu funções na Comissão Disciplinar da Liga de Clubes e actualmente é membro do Comité de Apelo da UEFA e foi até há pouco tempo presidente do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol. Ou seja, como se não bastasse ter o dever, enquanto magistrado, de denunciar os ilícitos criminais dos quais tivera conhecimento, o sr. António ainda dá a entender que "participava na festa". Ora fico muito mais descansado em saber que um juiz, presidente do CJ da FPF, que exerceu funções no CD da Liga soubesse de tanta coisa e nunca tenha dito nada. Começo a achar que os menos culpados nesta história toda ainda eram os árbitros...

2 comentários:

mimicoli disse...

"Onde há fumo,há fogo!"Quem será que inventou isto?
Enfim...
Custa a crer que toda a historia seja mentira,custa a crer que toda a historia de Carolina Salgado seja mentira,custa a crer que dos 5 campeonatos ganhos(da forma como foram)nao tenha havido a mao de terceiros para alem das quatro linhas,etc...
Mas o que realmente custa a crer é nesta justiça que,tanto no processo Casa Pia como no processo Apito Dourado,nao para de arquivar casos e denuncias e apenas se limita a "chutar para canto"!!!!!!
Ja chega de palhaçada!
Urge que apareça alguem realmente digno que acabe com estes embusteiros de primeira ordem!

Botende disse...

O Xôr Mimicoli é a pessoa certa!
Abraço, Juiz Botende